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PROJETO DE EXTENSÃO

SEPULTA-A-DOR: história de amor e dor - Conheça a única coveira/sepultadora mulher da Paraíba

Publicado: Segunda, 18 de Outubro de 2021, 16h26 | Última atualização em Terça, 26 de Outubro de 2021, 08h27 | Acessos: 2468

Profissional foi uma das palestrantes do Projeto de Extensão “Café com a morte: conversas sobre terminalidade, morte e luto", do CES/UFCG.

Neide e professora Glenda Agra

(Professora Glenda Agra e Neide)

 

A profissão de coveiro/sepultador é marcada pela invisibilidade social, pois trabalha diretamente com uma questão considerada tabu na sociedade ocidental – a morte. O coveiro/sepultador fica exposto a uma carga emocional frente aos rituais de despedida e todo o processo de cortejo fúnebre desde a chegada do caixão até o sepultamento. Além disso, atrelada à desvalorização salarial, acrescenta-se, ainda, a delicada relação social estabelecida com as famílias enlutadas (SILVA, 2018).

No que se refere ao campo social e acadêmico, estudos científicos tentam minimizar os preconceitos e estigmas atribuídos aos profissionais que lidam com a morte, contribuindo para que saiam da invisibilidade e, sobretudo, comecem a ser vistos como trabalhadores que merecem ser respeitados pelo importante ofício exercido, imprescindível para o cuidado do espaço de memória de famílias enlutadas (SILVA, 2018).

E é nesse sentido, que o Centro de Educação e Saúde (CES), por meio do Projeto de Extensão “Café com a morte: conversas sobre terminalidade, morte e luto”, coordenado pela professora Dra. Glenda Agra, faz uma homenagem à Gilvaneide Costa de Assis Silva - única coveira/sepultadora mulher da Paraíba - que foi palestrante do projeto e falou um pouco sobre sua história.

 “Neide” como gosta de ser chamada,  é funcionária pública do município de Nova Floresta – PB e trabalha há 26 anos no cemitério da cidade e realiza todos os serviços no entorno da sua função, tais como: abre sepulturas; transporta caixão ao local de sepultamento; executa a ordem de sepultamento e exumação de cadáveres; retira caixão da sepultura; acondiciona ossos ao ossário; mantém postura empática e ética diante da família do falecido; faz a conservação dos cemitérios  e zela pela segurança do cemitério.

Neide já sepultou dois filhos, o seu primeiro esposo, seu pai e seu irmão, o que gerou grande sofrimento. Mas, realizou o seu trabalho com empatia, compaixão e ética. Além de todas essas perdas, Neide também sofre inúmeros preconceitos sociais, pelo fato de ser profissional da morte e, sobretudo, por ser mulher. E deixou uma linda mensagem ao final do encontro: “Eu gostaria de ser tratada como um ser humano, de forma digna e ética e não com preconceito e estigma. Não quero que as pessoas tenham medo ou nojo de mim. Eu sou aquela que cuida dos entes queridos das famílias que estão sofrendo pela perda. Eu faço o meu trabalho com muito zelo, muito cuidado e muito amor. Eu só peço isso a sociedade”.

À Neide, dedicamos essa homenagem pela grande mulher e profissional ética e digna que é.

SILVA, JMR. Sepulta-a-dor: reflexões sobre os possíveis efeitos do trabalho como coveiro. [Trabalho de Conclusão de Curso]. Universidade Federal de Campina Grande - PB, 2018

 

Neide e professora Glenda

(Neide e professora Glenda Agra)

 

(Com informações da professora Glenda Agra - CES/UFCG)

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